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“TEMOS DE SABER OUVIR OS COVILHANENSES”

Nada como festejar aniversário para que apareçam algumas “celebridades” a fazer promessas para a nossa cidade. Faz-nos lembrar aqueles pais ausentes, que vivem um choque de realidade uns dias antes dos aniversários dos seus filhos. A sua voz interior diz-lhes que têm errado, que têm estado ausentes, que têm sido pais desleixados e quando veem os seus filhos crescer, embebidos em remorso, abraçam-nos e prometem-lhes mais tempo e mais atenção.

O que aconteceu nesta semana de aniversário da Covilhã, foi exatamente isto. A analogia ou paralelismo aqui criado assenta que nem uma luva. Temos de reconhecer que o PS tem estado ausente nestes últimos anos e que até tem mostrado desleixo, tal como aqueles pais. As cerimónias e outras festividades pelo 153º aniversário da Covilhã devem ter gerado uma sensibilização em Vítor Pereira e José Miguel Oliveira.

Começando pelo edil, este prometeu tentar baixar a fatura da água aos covilhanenses. VP refere-se apenas à vertente do saneamento, presumimos. Neste momento, esse é o principal fator que encarece a fatura, o saneamento. Não sabemos como VP irá mexer no contrato de concessão das águas, mas se ele o diz, lá saberá como. Além deste presente, o presidente ainda prometeu manter os impostos mais baixos de sempre. Estamos atentos, Sr Presidente; e nada como “fazer anos” para que os espíritos se vão revitalizando por aí.

Passando a José Miguel Oliveira, este deu uma entrevista ao Notícias da Covilhã, falando de vários temas e fazendo também algumas promessas, embora mais tímidas. JMO falou de questões do seu pelouro como Desporto e Associativismo, passando por outros relacionados com urbanismo, mobilidade, cultura, turismo e finanças. Uma entrevista que mais pareceu uma mini campanha eleitoral e, quem sabe, não esteja já José Miguel em “estágio” de preparação para candidatura à câmara. Deixando as especulações de lado, não nos pareceu propriamente de bom tom que José Miguel tenha vindo falar de áreas que não são de sua jurisdição. Não poderia ser Serra dos Reis a vir falar de urbanismo? Não poderia ser Regina Gouveia a vir falar de cultura? E sobre as finanças, não poderia ser Júlio Costa a vir falar aos covilhanenses?

José Miguel, nesta entrevista, foi abrangente, otimista, empático e até mostrou tiques de alguém que é visionário, quando disse que se deveria ter aproveitado o silo do pelourinho para fazer um túnel que saía na Ruy Faleiro.

JMO reconhece as falhas do executivo no campo da comunicação, principalmente quando se tratou de comunicar com os munícipes. Este é o primeiro passo: reconhecer o que está mal. Este é o ponto de partida para se fazer melhor, mas é preciso que se faça, porque aparecer nos “jornais” e debitar promessas não acrescenta em nada.

Caríssimo José Miguel, a comunicação até pode nem ser eficaz, mas a principal razão que faz com que a vossa comunicação não resulte é a falta de proximidade com as pessoas. Estar presente em jantares de aniversário de grupos desportivos e culturais é fundamental, estar presente em inaugurações e outros eventos também é essencial. Mas o mais importante de tudo, vocês não fazem; nem vocês, nem a oposição! Todo e qualquer político ou partido deveria exercer, sem reservas, a política de proximidade com as populações. Saiam do vosso gabinete e permaneçam mais tempo junto das pessoas, desde o pelourinho à aldeia mais escondida da região.

Mais adiante, JMO emite a sua opinião sobre a Rua Direita, dizendo que devia ser pedonal, para ter mais gente na rua e tornar o centro da cidade mais vivo a ativo. Essa ideia já vem de Carlos Pinto e não será este, nem José Miguel que terão a capacidade de decidir o que deve acontecer à Rua Direita. Exerçam a política de proximidade e conversem com os comerciantes, com os residentes e com a população em geral, pois são estas gentes que sabem o que deve acontecer à Rua Direita. Na mesma entrevista, José Miguel disse que o silo do pelourinho é a pagar porque os comerciantes pediram que assim fosse, como mostra a imagem:

Uma vez que ouviram os comerciantes para a taxação do estacionamento no silo e tendo em conta que José Miguel reconheceu que tinham de ouvir mais os covilhanenses, coloquem isso em prática e façam, por exemplo, um referendo sobre a Rua Direita. Entreguem essa decisão às pessoas! Elas saberão, muito melhor que qualquer executivo, se a Rua Direita deve ser pedonal ou não. Retirem os vossos egos do plano político e não façam qualquer obra apenas no sentido de deixar uma marca com o vosso nome na cidade. Façam as obras depois de terem uma noção real do que as pessoas precisam. Consultem os vossos mais genuínos conselheiros, para que não continuem a fazer os disparates que têm vindo a fazer.



“O povo é quem mais ordena, dentro de ti, oh cidade” – Zeca Afonso

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