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PAGA MUITO NA FATURA DE ÁGUA? PERCEBA PORQUÊ

Esta semana decidimos fazer uma abordagem à fatura da água dos covilhanenses, pois é unânime que se paga muito na fatura, mas talvez nem toda a gente saiba a razão disso.

Vamos começar já por uma fatura de um(a) munícipe com período de faturação de 08-07-2020 a 07-08-2020.


As manchas pretas servem para ocultar algumas informações pessoais do(a) cliente. A vermelho temos a média de consumo dos últimos 12 meses. A azul temos a quantidade de água consumida num mês e a verde temos os valores respetivos de cada setor que compõem a fatura da água, que dá um total de 50,94€ a pagar.

Salientamos desde já que o Sr. Presidente da Câmara já nos havia chamado a atenção que o que encarece a fatura não é a água em si, mas sim o saneamento. Isto é uma meia verdade, como veremos mais adiante. Repare que na imagem que há 17,34€ de água e 23,53€ de saneamento. Caro leitor, não tome banho com água. Tome com saneamento...compensa mais. Nesta fatura, o valor final é quase o triplo do valor de água consumida. Alguma coisa estranha se passa...(...)...

Por último, queremos destacar o que está marcado a lilás. Sugerimos ao leitor que comunique as leituras da água sempre dentro das datas referidas na primeira página da fatura. Isso vai fazer com que o cliente pague aquilo que consome. É sabido que os técnicos da ADC passam pelos contadores nos meses pares e retiram as leituras. Nos meses ímpares, é o cliente que pode, ou talvez deva, dar as leituras do contador. Ainda assim, mesmo nos meses pares, apelamos a que tenham a disciplina de enviar as leituras. Não perdem nada. Caso o cliente não dê as leituras, ou os técnicos da ADC não passem no local, a empresa vai estimar, ou imaginar, ou prever um consumo. Logo, o cliente está a pagar por algo que não é real. Muita gente estranha determinados consumos e pensa: “Mas o meu consumo é sempre o mesmo. Tomamos os mesmos banhos, fazemos as mesmas máquinas de lavar, etc. Por que estou a pagar tanto?”. Uma das causas pode ser o facto de não ter enviado as leituras. E isto aplica-se à água, ao gás natural e à luz (luz refere-se a eletricidade, embora seja possível que na Covilhã venham a existir taxas municipais sobre a luz natural). Dê as leituras dos seus contadores!!! Quando receber as faturas, compare as leituras que constam na fatura, com aquelas que comunicou à empresa. Caso sejam diferentes, ligue ou desloque-se à empresa, e peça a correção da fatura. É um direito seu. O cliente tem o dever pagar apenas aquilo que consumiu e não aquilo que outros julgam que terá consumido. Este procedimento aqui descrito é bastante útil para os consumidores, mas infelizmente há muita gente que desconhece. Talvez as juntas de freguesia pudessem fazer este trabalho e ajudar pessoas que não têm a mais pequena ideia do que é dar leituras. Já que a Câmara da Covilhã não tem capacidade de ajudar os munícipes, então que se mobilizem as juntas. Seria uma tremenda ajuda.

Esta imagem é da segunda página da mesma fatura. Como se pode verificar no que está marcado a verde, a leitura foi feita pela Empresa (ADC), no dia 07-08-2020 (como é mês par, a ADC faz as leituras). Após a introdução das leituras em sistema informático, gera-se o quadro que vem logo a baixo.

Para começar, as faturas de águas são estabelecidas por escalões de consumo. Cada escalão tem 5 m3 de consumo. A cada 5 m3 consumidos, sobe-se de escalão. Nesta fatura, o(a) cliente foi até ao terceiro escalão. Na componente “Água”, o que está sublinhado a azul mostra o preço do m3 por escalão. No 1º escalão o preço do m3 é de 0,396€. No 2º escalão é de 0,912€ e no 3º escalão é de 1,572€. Ou seja, o(a) cliente pagou 5 m3 a 0,396€ cada; mais 5 m3 a 0,912€ cada e finalmente 3 m3 a 1,572€ cada. Vistas as cosias, o preço do m3 no 3º escalão é 4 vezes mais caro que no 1º escalão. E o Sr. Vítor Pereira diz que a componente “água” não é cara...

O consumo de água em m3 repercute-se, naturalmente, no saneamento e cada m3 consumido vai ser também taxado no saneamento. Aqui, cada m3 de água é mais caro no saneamento, do que na água em si mesma. Sublinhado a vermelho temos o preço de cada m3 por escalão, no saneamento. Temos 1,238€/m3 no 1º escalão; 1,542€/m3 no 2º escalão e, pasme-se, 2,698€/m3 no 3º escalão.

O mesmo acontece com a componente “Resíduos”, sublinhado a lilás. Cada m3 de água consumido, vai ser taxado em 3 vertentes. Os covilhanenses pagam 3 vezes o mesmo m3 de água, com diferentes valores. E estes valores ainda sobem mais se passar para o escalão seguinte. Quando o leitor consome 1 litro de água, paga esse litro, o saneamento desse litro e os resíduos desse litro.

Sublinhado a amarelo tem as famosas Taxas de Disponibilidade. São valores fixos. Somando dá 9,16€. O consumidor vai pagar sempre estes 9,16€, tendo consumido água ou não. Os covilhanenses pagam 9,16€ + IVA só pelo facto de haver serviços disponíveis, exatamente como na TOS do gás. Pagar 9,16€ + IVA na fatura da água, sem consumir água é uma autêntica barbaridade.

Atualmente, os preços estão ultra-inflacionados, pois a empresa ADC (concessionária da componente “água”); a empresa Águas da Serra (concessionária da componente “saneamento”) e a empresa “Resistrela” (concessionária da componente “resíduos”) têm de ter os seus lucros, que de certeza não são poucos, pois os covilhanenses têm sempre de pagar, mesmo que não consumam água. Tudo isto que o leitor está a ver é única e exclusivamente fruto da ruinosa e dramática concessão das águas que Carlos Pinto fez no passado, juntando a isto a inoperância, incapacidade e inércia que esta Câmara já demonstrou quando afirmou que queria baixar o saneamento até final de 2020. Palavras de Vítor Pereira e de José Miguel Oliveira. Falharam!

Vejamos agora uma fatura de água de um pequeno comércio do concelho da Covilhã:


O(A) cliente tem um consumo de zero m3 (azul) e paga 17,52€. A média de consumo dos últimos 12 meses é zero (vermelho). Significa que no último ano este(a) cliente não consumiu água e pagou todos os meses 17,52€. O que dá: 17,52€ x 12 meses = 210,24€ num ano, sem consumir uma única gota de água. Ora, esta quantia para uma micro-empresa é muito dinheiro. Estas micro empresas têm de pagar água, não porque consumiram, mas porque está disponível para consumir. Não sabemos muito bem se havemos de chamar a isto barbaridade ou anedota. Talvez um pouco das duas. O leitor paga alguma taxa às padarias só por estas estarem disponíveis para comprar pão? Ou só paga o pão quando o compra?

Veja agora a descrição dos valores:


Como é um contrato “Não Doméstico”, as tais Tarifas de Disponibilidade (sublinhado a amarelo) ainda encarecem. Este(a) cliente paga ainda mais pela disponibilidade de água, saneamento e resíduos porque é uma espécie de contrato empresarial. Afinal de contas, o que anda esta Câmara a fazer para ajudar as micro e pequenas empresas?


Já em Setembro de 2019, José Miguel Oliveira disse que queriam reduzir o saneamento. Está tudo na mesma. Quem voltou a questionar José Miguel Oliveira?

Em 2020, o Presidente da CMC disse isto. Estamos em 2021 e está tudo exatamente na mesma. Disse o mesmo em relação à TOS e está tudo exatamente na mesma.

No que toca especificamente às águas, José Miguel Oliveira e Vítor Pereira estão muito bem coordenados, pois falam exatamente a mesma linguagem. Ambos estão a mentir aos covilhanenses.

Ainda não conseguimos perceber muito bem quem gere o município, mas independentemente disso, tanto JMO como VP apenas mostraram que têm vindo sucessivamente a falhar. Estes dois senhores são totalmente incapazes de ir ao encontro dos interesses dos covilhanenses e vergam-se perante os “grupos”.

Por último, queremos informar que nos vamos ausentar por período indeterminado, pois vamos dedicar-nos em exclusivo ao estudo de todo este processo que levou à concessão das águas. Carlos Pinto afirmou numa sessão da Assembleia da Municipal, em 2008, que "a Câmara se tornaria ainda mais imparável". É caso para dizer: "os covilhanenses estão mal, mas a CMC está bem". Contudo, parece que ambos estão mal...

Tudo isto exige muito tempo de estudo e de investigação. Algo que é escasso nos dias de hoje. Viremos com mais novidades assim que possível.

“Ainda bem que o oxigénio não é canalizado” - Pedro Leitão,

atual Presidente da Junta de Freguesia da Vila do Carvalho em

Acta nº 02/2008 da Sessão Extraordinária da Assembleia Municipal, realizada a 04-04-2008.

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