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MOBILIDADE COVILHÃ: Vertente Social

Podemos contar pelos dedos das mãos as empresas que têm, objetivamente, uma preocupação e visão sociais. A prioridade, muitas vezes única, do setor privado são os lucros. Um facto que prova esta teoria são os inúmeros pedidos de ajuda dos privados ao Estado (contribuintes) para a injeção de capital, quando se deparam com prejuízos graves provocados pelas mais diversas razões. A par disso, quando o campo financeiro é próspero, esses mesmos privados colocam em prática a famosa expressão: “menos Estado, se faz favor”. Resumidamente, são apologistas da privatização dos lucros, e da socialização dos prejuízos. Portanto, isto mostra bem que o foco das empresas nada mais é que os lucros.

Nada contra os lucros, mas seria de bom senso que as empresas tivessem um mínimo de preocupação com causas sociais, pois quem atribui esses almejados lucros são precisamente os trabalhadores/produtores e os consumidores.

Olhemos para o caso da Transdev: cobrou 5€ pela atribuição do cartão aos utentes do serviço, que mais tarde foram e/ou serão devolvidos. Alguma vez a Transdev teve em conta que havia reformados com rendimentos abaixo dos 300€? Nem isso seria de esperar. Foi necessária uma invasão ao Salão Nobre para que a vertente social fosse colocada em prática.

Segundo a Cláusula 22ª – Rede de Vendas e Pagamentos, do contrato de concessão, (imagem abaixo) pode ler-se que a Transdev é obrigada a efetuar acordos com as Juntas de Freguesia para que estas sejam pontos de venda para o serviço de mobilidade. No entanto, as Juntas devem manifestar esse interesse para que as suas gentes se desloquem ao edifício da Junta e possam ter acesso ao serviço no que toca a bilhética e passes.


Imagem 1 – Alínea 22.4 da Cláusula 22ª do contrato de concessão para a mobilidade


Contactámos as Juntas integrantes do Plano de Mobilidade e nenhuma delas ainda foi constituída como ponto de venda. A vertente social desta concessão está pela hora da morte. Existe responsabilidade da Transdev, existe também da Câmara e até de algumas Juntas, que ainda não se mobilizaram para poderem servir melhor as suas populações. A título de exemplo, o Sr Presidente da Junta do Tortosendo disse que ainda não tinha tomado uma decisão sobre essa possibilidade, pois não sabia se será compensatório ou não. Como não, Sr Presidente? Os idosos ou pessoas do Tortosendo com dificuldades de mobilidade agradecem poder renovar o passe na Junta do Tortosendo, em vez de terem de se deslocar à Covilhã!! Outro caso foi o Sr Presidente da Junta da Boidobra que referiu desconhecer tal possibilidade. Dois casos de bradar aos céus!

Algumas organizações que vão por aí alardeando que lutam pelos direitos dos trabalhadores e dos reformados, ainda não falaram disto. Sugiro a essas mesmas organizações que leiam o contrato minuciosamente, cláusula por cláusula, para depois sim, lutarem por causas sociais devidamente fundamentadas, e não ficarem à espera que apareçam outras pessoas a lançar ideias para cima da mesa, chamando a si, mais tarde, os méritos dos resultados.

Caros Presidentes de Juntas, as vossas gentes votaram em vocês para serem bem servidas. A vossa única função, e mais nenhuma, é ajudar e servir as vossas populações. Está mais do que na hora! Mobilizem-se e falem com quem de direito para que a vossa Junta facilite o acesso à mobilidade deste concelho, que por si só, já defraudou todas as expectativas.

Uma vez que a Transdev tem como única preocupação o dinheiro dos utentes, e não podemos esperar da sua parte qualquer movimento em prol de causas sociais, a responsabilidade recai sobre as Juntas, em primeiro lugar, e só depois sobre o executivo camarário, que tem como função (exposta no contrato) acompanhar e fiscalizar a execução do mesmo, como pode observar na imagem a baixo.


Imagem 2 – Alínea 98.1 da Cláusula 98ª do contrato de concessão para a mobilidade


Podemos então concluir que há várias entidades com responsabilidades na ineficácia

e inoperância de várias cláusulas do contrato, sendo elas a Transdev, o executico camarário e os responsáveis das Juntas de Freguesia. Não podemos cair na tendência fácil de direcionar culpas à Câmara. A Transdev é uma empresa com uma larga experiência e que tem autonomia e independência suficientes para oferecer um serviço de excelência aos Covilhanenses. A Transdev é a principal responsável por toda a desordem deste plano de mobilidade. Além do mais, a própria oposição deve unir esforços para fazer cobranças à Transdev sobre todo este desleixo e falta de brio com que nos tem presenteado.

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