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MOBILIDADE COVILHÃ: VERTENTE AMBIENTAL DA CONCESSÃO

O tema do texto anterior foi a vertente social do contrato, que é inexistente; e o texto de hoje é sobre outra vertente também inexistente, a ambiental, que é inerente e indissociável da vertente social.

Quem ler o contrato de concessão para a mobilidade vai constatar que este não tem qualquer meta ou objetivo definidos. Simplesmente fez-se um contrato leonino para a Transdev, que dura 10 anos. Trata-se de um monte de papéis que estão assinados por duas partes, onde uma delas vai lucrar de forma avultada.

Tendo em conta que a Transdev vai obter lucros fabulosos num espaço de 10 anos, isto faz com que todos nós tenhamos de exigir cada vez mais um serviço de excelência. A quem? À Transdev, em primeiro lugar; e só depois às entidades públicas, como Câmara e Juntas de Freguesia. Somos desta opinião porque se direcionarmos exigências constantes só à Câmara, a Transdev vai sentir-se desresponsabilizada pelo serviço ridículo que tem vindo a prestar na Covilhã.

Posto isto, o contrato de concessão traz consigo alguns anexos, que são parte fundamental para se entender melhor este bendito contrato, uma vez que, à medida que vamos lendo as cláusulas, estas remetem-nos para esses mesmos anexos.

O Anexo 4 fala sobre a frota de autocarros que circulam pelas ruas do concelho. Como o leitor pode verificar na imagem abaixo, está contemplada a hipótese de utilização de autocarros elétricos, na alínea 1.8. Contudo, não disso mesmo...uma mera hipótese. A expressão chave está marcada a vermelho na imagem:


Imagem 1 – Alínea 1.8 do Anexo 4 do Contrato de Concessão para a Mobilidade



“Em caso de…”, ou seja, na eventualidade de…ou, mais objetivamente, se for vontade da Transdev utilizar veículos elétricos. Aqui sim, podemos atribuir também uma responsabilidade muito pesada ao executivo do PS que, ou não teve capacidade negocial, ou não teve força persuasiva, ou então também não teve qualquer preocupação ambiental.

Não ficou prevista qualquer obrigação de utilização de autocarros elétricos, que contribuiria para um ambiente mais saudável. Tendo em conta as medidas europeias que prevêem proibir a comercialização de veículos a combustão a partir de 2035, a Transdev, do alto da sua vanguarda tecnológica e após se ter regozijado que este plano de mobilidade era dos melhores da Europa, não se entende como ainda não colocou em circulação autocarros elétricos. O contrato não obriga, mas seria necessário?

Compreendemos que um autocarro elétrico implique várias horas de carregamento total da bateria, enquanto que para encher um depósito são precisos apenas alguns minutos. Mas seria ou não possível deixar previsto no contrato a introdução progressiva de veículos elétricos? Por exemplo, a introdução de um autocarro elétrico por ano. No final do contrato teríamos entre 8 a 10 autocarros elétricos a circular. O ambiente e as populações iam agradecer.

Podemos ou não concluir que a Transdev e o atual executivo do PS primam pelo descaso do ambiente e da sociedade?



“Pensar a Mobilidade, é pensar nas pessoas” – Autor desconhecido

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