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COVILHÃ - E A CULTURA? PARTE II

Tal como prometido, trazemos até ao leitor, a segunda parte do artigo sobre a cultura na concelho da Covilhã. Daremos maior destaque ao Teatro e à Música. Pois são duas artes com bastante tradição na nossa cidade.

Por exemplo, o Teatro das Beiras foi criado em 1974. É uma organização que sempre procurou interagir com os públicos de várias idades e inclusivamente com as escolas. As gerações mais recentes, com toda a certeza que se lembram de ter ido pelo menos uma vez ao teatro. E foi através de uma atividade planeada entre o Teatro e a escola. São estas ações de dinamização e proatividade que se esperam de uma organização política empenhada nos seus cidadãos, que os incentive à cultura sob as mais diversas formas. Como foi dito na Parte I deste artigo, “não basta regozijar quando o Teatro Cine estiver aberto. É preciso dinamizá-lo!”. O Teatro das Beiras move-se pelo país inteiro, representando a nossa cidade. E se por acaso até se puder considerar como positiva a realidade deste Teatro, então que se apoie ainda mais!

Além deste, ainda existe a ASTA. Outra excelente organização com as mais variadas atividades representativas, baseadas no teatro. Também representa a Covilhã pelo país inteiro e, inclusivamente, já se deslocou ao estrangeiro. O Teatro das Beiras já existe desde 1974 e a ASTA desde 2000. Algumas celebridades nacionais da área do Teatro já colaboraram com a ASTA. É por demais evidente que a Covilhã sempre foi, e ainda continua a ser, uma cidade de Teatro. É sobre isto que pedimos aos candidatos que se comprometam. O que vão fazer, e como, para incentivar as pessoas a ir a espetáculos? De que forma vão apoiar as organizações culturais? Têm a palavra os Srs candidatos.

Relativamente à Música, talvez seja desconhecido pela maioria, mas existiu a Sociedade Musical da Covilhã. Teve os seus estatutos aprovados a 26/10/1924, precisamente no antigo Teatro Covilhanense. Até por aqui conseguimos perceber a ligação que existe entre a Música e o Teatro. Esta Sociedade foi criada para promover o usufruto da Música pela população. Se não, vejamos o que diz o artigo 2º dos estatutos:


” Objecto - a cultura da música no nosso meio pela realização de concertos, sessões, conferências e outros actos com fins educativos, procurando concorrer para o desenvolvimento do bom gosto musical”.


  É só isto que achamos que deve ser feito pela CMC. Apoiar, promover, incentivar a população e as organizações de cada arte a divulgá-la e a ter o seu usufruto.

Temos, na nossa cidade, a EPABI e a Banda da Covilhã. Além de Teatro, a Covilhã sempre foi também uma cidade de Música. É histórico! A questão é que esta cidade não consegue oferecer outros géneros de Música, a públicos diferentes. Existe uma limitação nesse sentido.

A ideia a reter é: a cultura eleva as pessoas. E tendo isso em conta, surge uma pergunta: Covilhã...e a cultura?

Porém, nunca nos esqueçamos que os apoios que a autarquia deve dar ao Teatro e à Música, que são sempre bem-vindos e necessários, não se devem misturar com aquilo que é a competência específica das gentes destas artes.

Acreditamos que os Srs candidatos já saibam, mas queremos sublinhar o facto de, no passado recente, muitos covilhanenses terem dado preferência a deslocar-se à Guarda para assistir a espetáculos. Óbvio que poderão continuar a fazê-lo. Mas não seria interessante também a população da Guarda ter interesse em vir até à Covilhã fazer o mesmo?

Novamente ressalvamos que não esperamos que seja a CMC a fazer ou a produzir cultura. Isso é tarefa para as pessoas que estão diretamente envolvidas nela. A Câmara apenas deve proporcionar meios para que isso aconteça. E incentivar a população a participar nos eventos e espetáculos. Incentivar as pessoas na procura do conhecimento, como é apanágio da democracia.

Em jeito de conclusão, gostaríamos de apresentar uma proposta, que consideramos absolutamente razoável: o regresso do prémio António Alçada Batista. E de que forma? Todos os anos ser entregue este prémio, mas não exclusivamente a escritores. Num ano pode ser atribuído ao Teatro, no seguinte à Música, no seguinte a um escritor, no seguinte à Pintura, etc. Motivos para a entrega deste prémio, num sentido amplo da cultura, certamente não faltarão.

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