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COVILHÃ - E A CULTURA?

Este é um tema que, de forma ampla, é subvalorizado. Se fizermos alguma investigação, reparamos que existem algumas coisas já elaboradas, mas também é evidente que há muita coisa por fazer. Com sinceridade, nem sabemos muito bem por onde começar, visto que há inúmeros pontos para serem abordados. Assim, vamos fazer referência a alguns que consideramos oportunos.

Em primeiro lugar, se lermos notícias dos meios de comunicação locais, a cultura é olhada do ponto de vista económico. Ou seja, um determinado evento gerou uma determinada quantia de dinheiro num determinado período de tempo. Logicamente que a vertente económica é importante, mas consideramos que é apenas uma consequência de um bom planeamento, boa organização e importante incentivo da autarquia.

Sobre o Museu da Cidade da Covilhã, aplaudimos a obra. O mais importante é que as coisas avancem e sejam concretizadas, independentemente de quem planeou e executou, pois os presidentes da Câmara passam, e a cidade fica. Temos a devida consciência que o novo Museu concretizou-se com Vítor Pereira, mas não nos esquecemos que esse projeto já vem de Carlos Pinto.

Passando para o Teatro Cine da Covilhã, estranhamos, ou talvez não, a demora na conclusão da requalificação do mesmo. Mais uma vez salientamos: o que é importante é o Teatro estar pronto e funcional à população e aos artistas. Mas arriscamo-nos a lançar uma previsão - a nossa aposta é que o Teatro Cine estará pronto no decorrer do Verão de 2021. É uma ótima altura para isso, tendo em conta as eleições autárquicas que acontecem pouco tempo depois....

Ainda sobre o Teatro Cine, gostávamos de colocar algumas questões: 1) quais as medidas que serão planeadas para que haja fluxo de gente ao Teatro? 2) Como será a estrutura de pessoas responsáveis pelo Teatro? 3) Haverá incentivos à população, encorajando a visita ao teatro e, consequentemente, dinamizando o centro histórico, e também os pequenos negócios lá localizados? 4) Haverá algum tipo de transporte público ocasional, em dias de espetáculo, tendo em conta que o estacionamento naquela região da cidade é escasso e também pago? Não basta regozijar quando o Teatro estiver aberto. É preciso dinamizá-lo! E para isso, queremos saber o que os candidatos pensam fazer.

Outro elemento fulcral desta cidade, tanto para a cultura, como para o turismo, são as Rotas das Judiarias. No site da CMC estão lá referenciadas, mas sejamos honestos...há muita aresta por lapidar. Isto, bem trabalhado e bem planeado, traria à cidade inúmeros Judeus, vindos inclusivamente do estrangeiro. Digamos que é possível conciliar a cultura e o turismo, tanto na vertente do conhecimento, como na vertente económica. Em cima disto ainda temos a investigação sobre o passado Judaico na Covilhã. Tudo ainda por fazer. Haverá algum tipo de apoio camarário direcionado para isto? Outro dado importante é a famosa história da “Tora”. Património municipal. Será agregado às Rotas das Judiarias? Pensem nisso, Srs candidatos.

Sobre investigação e História, há muito, ou quase tudo, por fazer. A História dos lanifícios na Covilhã remonta à época dos Romanos. O Museu dos Lanifícios é suficiente? Por muito boa vontade que haja de alguém em deixar isto tudo documentado, também pode haver da parte da edilidade algum tipo de apoio. Não nos referimos especificamente a apoio financeiro. Pode ser qualquer outro. O que gostaríamos de constatar é que existe, de facto, algum interesse da parte da Câmara em ajudar historiadores e investigadores a criarem documentos ou outro tipo de obras relativas à cidade e à sua história.

E sobre as figuras míticas da cidade? Já alguém elaborou as suas biografias? Ou é suficiente pintar os rostos numa qualquer parede?

E já agora, e por que não, apresentarem, Srs candidatos, a vossa ideia sobre o cinema na cidade? Existe um curso de cinema na UBI. Existe também alguma espécie de protocolo entre a CMC e a UBI para a exploração do cinema? Ou é suficiente este estar enfiado num shopping? Todos se orgulham muito de a Covilhã ter a UBI, mas isso é apenas a base de tudo aquilo que se pode fazer. Achamos que deve haver mais interesse pelos estudantes da UBI, não só pela vertente económica que geram na cidade, mas para dinamizá-la mais em termos culturais. Muitos dos jovens formados na UBI vão para os call centers da cidade. Nada contra! Todo o trabalho é digno em igual escala. Mas perguntem a esses mesmos estudantes se foi isso que eles sonharam quando se matricularam na UBI.

Por fim, houve outras questões que nos surgiram, que consideramos pertinentes: O que aconteceu ao Prémio António Alçada Baptista? Era um evento que ia de encontro à cultura e, simultaneamente, homenageava um dos melhores escritores da cidade. Por que não manter esse prémio? Também poderia ser atribuído a Manuel da Silva Ramos, pois este já ganhou outros prémios no passado e todos sabemos da sua grandeza enquanto escritor. Quais as razões de nunca ter recebido o prémio António Alçada Baptista? E quais as razões deste mesmo prémio ter desaparecido?

O artigo desta semana serve exclusivamente para vos apresentarmos questões sobre a cultura da cidade. Poderíamos ter escrito cinco vezes mais. Estamos a ponderar escrever a Parte II deste artigo mais tarde, pois faltou falar, por exemplo, sobre a Música e sobre a Pintura.

Resumidamente, a questão para os candidatos às autárquicas 2021 é “Que cultura para a Covilhã?”

“A Cultura está acima da diferença da condição social” - Confúcio

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